Beber um chá de menta no Fez Café, em pleno Bazar de Istambul, servido em copos de design dinamarquês Bodum, enquanto se ouve Cesária Évora é um bom exemplo da faceta divertida da globalização.
Tal como haver um candidato à Casa Branca filho de um queniano e de uma mulher do Kansas, e que até foi criado por um padrasto muçulmano na Indonésia, o é da faceta curiosa.
Mas existem muitas outras facetas da globalização: a cooperante, que leva os países a aliarem-se para combater o tráfico de drogas; a egoísta, que permite ao Ocidente comprar brinquedos chineses ou têxteis indianos a baixo preço; a dramática, que desespera os camponeses do Terceiro Mundo incapazes de concorrer com os produtos agrícolas subsidiados pela União Europeia; a terrível, que põe um grupo de marroquinos a fazer explodir comboios em Madrid para se vingarem da guerra no Iraque. E agora também, alerta a OMS, a faceta assustadora, sob a forma de doenças que surgem um dia numa selva africana e que horas depois estão a infectar nova-iorquinos, parisienses ou lisboetas. O mundo é mesmo cada vez mais pequeno.
Ou plano, como escreveu Thomas Friedmann, colunista do New York Times que viaja pelo mundo para contar o que observa e que é ele próprio exemplo de homem global - o seu livro O mundo é plano é já um sucesso de vendas... no mundo.Odiada por uns, elogiada por outros (oposição que se sintetiza bem no duelo Davos-Porto Alegre), a globalização afecta os seis mil milhões de habitantes do planeta.
Mas nem sequer é uma novidade histórica.
Os descobrimentos portugueses e espanhóis de há 500 anos provocaram uma primeira vaga, com populações a seguirem para a América (colonos brancos e escravos negros) e produtos como o tomate, a batata e o cacau a entrarem na dieta dos europeus.
Nova vaga aconteceu no período áureo do colonialismo francês e inglês, na passagem do século XIX para o XX.
Não só as línguas dessas duas potências se tornaram o idioma de vários países de África e Ásia, como - imagine-se - o críquete praticado em Eton acabou por se transformar no desporto nacional da Índia.
O que distingue a actual globalização é a dimensão esmagadora, propiciada pela informática (mais de 1,1 mil milhões de internautas) e pelas viagens aéreas (4,4 mil milhões de pessoas/ano).
Diz a OMS que uma doença infecciosa espalha-se hoje mais rapidamente que nunca.
Tal como os vírus informáticos usam a Internet, os biológicos aproveitam as migrações e o turismo para se propagarem.
Deixaram de existir fronteiras. Para as doenças, como para quase tudo. A globalização é incontornável.
Se andarmos distraídos, um dia vamos descobri-la sob a forma de uma epidemia de gripe.
Minha mulher é uma brazielira, nascida em SP.
Filha de uma italiana com um japonês.
Eu sou Italiano, filho de italiano com mãe austríaca.
Cresci em duas cidades brazileiras RJ / SP
Milha filha é alemã com mãe inglesa e pai taliano.
Esta é a minha família feliz, que vive em Göttingen - De
Estou gripado no momento.
Tenho certeza que peguei o virus no avião, vindo da Espanha pára cá.
Qual sera a nacionalidade da minha gripe?
NADA MELHOR QUE UMA GRIPE PARA VER QUE O MUNDO É PLANO
Postade: by Young Vampire Luke -> globalizado
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