Sunday, March 16

Limpeza visual de São Paulo repercute na Europa






Arquitetura em vez de simbologia. Pouco mais de um ano após a implantação da lei municipal que livrou a cidade de São Paulo de letreiros e outdoors, imprensa alemã faz avaliação positiva da iniciativa.


Em sua última edição, a Baunetz, a mais influente revista de arquitetura e urbanismo da Alemanha, traz o especial São Paulo – Cidade Limpa, retratando as mudanças na cidade após a implantação da Lei Cidade Limpa, de 2006, que restringiu a área de propaganda nos prédios, calçadas e ruas da cidade de São Paulo.

Assim como a Baunetz, a importante revista de economia Wirtschaftswoche, o canal de televisão Arte e até mesmo o cineasta Wim Wenders já se ocuparam do tema. As fotos do artista plástico paulistano Tony de Marco, que documentou a desmontagem das propagandas na cidade, aparecem no novo filme do cineasta alemão.

Todos são da opinião que principalmente a arquitetura lucrou com a limpeza visual da maior cidade brasileira e enfatizam as pesquisas que apontam a satisfação dos habitantes da cidade com a nova lei. Devido à nudez de alguns edifícios, não faltam, todavia, irônicas comparações com a antiga arquitetura socialista.

Buenos Aires e Rio de Janeiro pensam em seguir o exemplo paulistano, afirma a mídia. Se a iniciativa do prefeito Gilberto Kassab fizer escola, a cultura arquitetônica de consumismo, propagada a partir de Las Vegas ou Nova York, está com os dias contados em outras cidades latino-americanas.

Supermodelos que cobriam toda uma fachada
Entre outras determinações, a lei sancionada em setembro de 2006 estipula área máxima de propaganda de 1,5 metro quadrado para fachadas com até 10 metros quadrados de área. Para fachadas entre 10 e 100 metros quadrados, os anúncios não devem ultrapassar os 4 metros quadrados de área. Outdoors, cartazes, faixas e placas foram proibidos. Nos cinemas e teatros, a área dos pôsteres não deve ultrapassar 10% do total da fachada.

"Como se modifica uma cidade, onde a propaganda desapareceu do espaço público?", pergunta a mídia alemã, pouco mais de um ano após a implantação da iniciativa.

Segundo a Baunetz, a arquitetura, até então corroída por fotos de supermodelos que cobriam toda uma fachada, retomou seu lugar no espaço urbano. Em vez de dizer "dobre à esquerda no outdoor da Gucci", o transeunte de hoje informa o caminho desta forma: "ande até o Museu de Arte de São Paulo e depois dobre à esquerda no edifício da Petrobrás".

Berlim Oriental antes da queda do Muro

A nova visibilidade da arquitetura de alguns prédios paulistanos não deixa de ser comparada, no entanto, com a arquitetura moderna pré-fabricada dos países socialistas. A TV franco-alemã Arte afirma que, para alguns visitantes, São Paulo lembra agora Berlim Oriental antes da queda do Muro e o jornal austríaco Die Presse afirma que, para outros, a cidade se compara a Moscou nos anos de 1950.

Em sua maioria, as críticas alemãs são positivas. Rio de Janeiro e Buenos Aires pretendem se espelhar em São Paulo, afirma a imprensa, enfatizando que pesquisas de opinião apontam uma satisfação de cerca de 60% da população paulistana com a limpeza visual urbana.

A emissora Deutschlandradio mencionou também a insatisfação de alguns teóricos da cultura que consideram os letreiros luminosos de Nova York símbolo de cidade internacional. Tais teóricos seriam da opinião que a propaganda torna a cidade mais colorida e mais alegre.

Aprendendo com São Paulo

A emissora alemã reporta, provavelmente, à idéia surgida nos Estados Unidos, que ecoou em toda a América Latina. Desde os anos de 1940, a idéia de uma arquitetura visual de letreiros e outdoors foi sugerida como opção à falta de ornamento propagada pela arquitetura moderna. Com o pós-modernismo, esta idéia tomou corpo, nos anos de 1960, em livros como Complexidade e Contradição e Aprendendo com Las Vegas, do arquiteto norte-americano Robert Venturi.

Um dos grandes erros de muitos críticos da arquitetura moderna foi confundir ornamento com decoração e, no caso de Venturi, reduzir o ornamento à simbologia comunicativa. Em Aprendendo com Las Vegas, Venturi defendia uma paisagem urbana dominada por anúncios e letreiros como forma de suprir a falta de referência urbana que a arquitetura moderna não proporcionaria.

Esta posição, que se espalhou tanto quanto a cultura de consumo norte-americana, considerou a arquitetura como algo secundário. Surgiram então os galpões decorados. A atitude paulistana pode ser lida, assim, como uma revisão desta política urbana de consumo, surgindo aí uma nova chance para a arquitetura.

Não segredo para ninguém que eu amo São Paulo.
E fiquei com muito orgulho desta metrópole brazileira merecer destaque nas imprensa alemã

ps. muitas das fotos usada no slide foram feitas por Jun Matisue
post:By Young Vampire Luke


LESTAT NEWS

32 comments:

Paulo Eduardo said...

Bem legal as imagens a iniciativa da pmsp!

Laís D. said...

gostei do layout, das cores, dos vídeos e principalmente do que está escrito!!
bem legal!

o'Ricci said...

acho que é a única vez em que eu gostaria de ver alguma coisa originalmente paulista sendo feita no Rio de Janeiro =p

Anonymous said...

Bom, ao menos um ponto positivo para o Brasil lá fora [;)]

Anonymous said...

Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the Webcam, I hope you enjoy. The address is http://webcam-brasil.blogspot.com. A hug.

Unknown said...

Foi uma mudança traumáica, mas de fato teve seu lado positivo no fim das contas. A cidade precisava respirar, embora eu acredite que algumas coisas deveriam ter se mantido como o M do Mackenzie ou mesmo algun relógios como o do Itaú, perto da prefeitura e do Unibanco, perto do Shopping Eldorado...

canal101 said...

ei very legal its blog, has very interesting things and attractive

Anonymous said...

É engraçado que nem epoca muita gente foi contra, disse que o perfeito tinha mais o que fazer e bla bla bla... o povo é mesmo um chato!

Unknown said...

São Paulo precisava de uma limpeza visual, a cidade estava sendo sufocada com tanta propaganda.

Hoje, SP teria que fazer uma limpeza no seu ar, que não anda lá essas coisas.

Fico feliz em saber que a europa reconhece esse nova mudança de SP, pois amo esta cidade!!

Net Esportes said...

reconhecido pela Alemanha !!!!! puxa vida, o Kassab é meio doido mas não se pode negar que esse foi uma das coisas mais importantes que alguém já fez por São Paulo, minha querida cidade !!!!

Felipe R. Pessana said...

gostei...
poluição visual, bá! to fora
Parabens pelo blog

Felipe R. Pessana said...

poluição visual! bá... to fora
parabens pelo blog

ED CAVALCANTE said...

Meu nobre vampiro, segundo os livros de história, Nova York foi fundada em 1624, justamente com a chegada do Judeus a que me refiro no post. A cidade do Recife foi fundada em 1537, é bem mais velha que a Big Aplle. Abraço!

Ps: lá no post seu nome está escrito errado (vapire)

C.S said...

Muito bom o blog, A imagem fotografica ficou muito boa. Muito interessante a notivia.

beijão e até mais

Alan Reinaldo Eckert said...

legal as cores do seu blog gostei do post mas sao paulo nao mudou muito

Aqui Tem Tudo said...

E ae tudo bem?
Obrigado por visitar meu blog volte sempre q puder.
Parabens pelo blog!
Coloquei vc em meus amigos dpois passa la!
T+

Laís said...

iniciativa louvável =)

parabens pelo blog!
=**

http://lalazinha.leite.blog.uol.com.br

Lih Florencio said...

que bom eu pensei que não iria funciona.
parabéns por mostrar q está funcionando!!

bjuss Liii

Raoni Frizzo said...

Que bom que essa iniciativa da cidade de São Paulo pode começar a fazer escola. Era ridículo vermos aquelas propagandas enormes tomando conta de prédios inteiros.

Tomara que a idéia se espalhe mundo afora!

Raoni
http://www.blogonews.blogspot.com/

Anonymous said...

gostei do layout, das cores, dos vídeos e principalmente do que está escrito!!
bem legal! ( 2 )
Teu Blogg é Fodaa!
http://qual-e-a-musica.blogspot.com

Lara Paiva said...

isso é bom,para que o brasil tena uma imagem positiva no mundo afora,pq já basta ter uma imagem negativa


bjs

http://www.squirrel.zip.net

Arthurius Maximus said...

Discordo um pouco da lei. É muito radical. Alguns letreiros integrados a paisagem já são parte da cidade. Fora o enorme desemprego na área que causou. Tudo que proíbe é por si só ruim. É que é mais difícil doutrinar e limitar o uso abusivo. Aí, para aparecer, eles proíbem.

Aline Dias said...

pois �.

Arquitetura � arte!
tem at� coluna no caderno de atra�es do s�culo di�rio.

Dih Fernandes said...

Cara tu achou melhor isso???
Eu gosto de propagandas em prédios e tal.
Amo tokyo e las vegas pelas quantidades e pela qualidade dos anuncios!!!

Abraço

http://dihdusbeko.blogspot.com/

Johnny M. said...

Eu acho que as coisas não devem ser 8 ou 80. Certo que um exagero na utilização de outdoors gera uma poluição visual, porém acabar simplesmente com os outdoors de uma cidade é uma atitude muito radical, porque não temos cidades arquitetonicamente muito bonitas, interessantes, não aqui no Brasil. E eu gosto de ver os outdoors, eles me distrem enquanto viajo de busão.

Unknown said...

eu prefiro a cidade com outdoors

abraços

Thales
http://lista10.org

Anonymous said...

as imagens são belas
e essa lei foi muito boa para a cidade... com tantas belezas q a cidade tem pra oferecer, com todas essas arquiteturas magestosas era té um pecado mortal colocar propganda tapando tudo...



http://felizanovelho.blogspot.com

Euzer Lopes said...

Não posso negar que radicalizaram dos dois lados...
A publicidade abusou do direito de poluir visualmente.
E as autoridades, de extirpá-la quase por completo.
Ainda acho cedo para definir, em mim, esses resultados práticos.
Mas que acho estranho quando vou a São Paulo e não vejo estas mensagens, acho.
Mas ainda acho faltar muita coisa... Só não sei o que.

Oliver Pickwick said...

A antiga Berlim oriental era uma bonita cidade, assim como, a Moscou socialista também. Ainda que a arquitetura de São Paulo não reflita uma identidade tão marcante como a destas duas cidades, sou favorável à nova lei paulista, e à extensão destas medidas à outras grandes cidades brasileiras.
No mundo globalizado, este tipo de publicidade nivelou o visual arquitetônico de quase todas as grandes cidades do mundo.
Numa foto panorâmica de Tóquio, se não fosse pelos caracteres da escrita japonesa, esta cidade passaria facilmente como qualquer outra metrópole ocidental.
Muito apropriado o seu post, além dos seus argumentos da necessidade de que as grandes cidades tenham identidade mais autênticas.
Abraços!

Feänor said...

Tenho alguns comentários sobre o tema, se me permite.

Acompanhei de perto essa limpeza visual, já que moro em São Paulo.

Concordo que a cidade estava muito poluída. Cartazes imensos, letreiros gigantes... Esse choque sensorial me deixava um tanto atordoado... Referências excessivas que, somadas ao trânsito, à poluição e ao barulho infernal típico da capital paulista contribuíam e muito para o aumento do stress do paulistano. E, com certeza, a cidade "visualmente revitalizada" melhorou esse impacto e, creio, ajudou um pouco na diminuição da carga diária de stress à qual somos submetidos.

Agora... Tenho uma crítica severa ao planejamento referente aos letreiros de estabelecimentos comerciais.

A nova política de restrição tornou certos estabelecimentos difíceis demais de serem encontrados - em especial os que não possuem uma arquitetura icônica, ou uma estrutura grande que se destaque naturalmente na quadra.

O letreiro de um estabelecimento comercial de pequeno porte é, muitas vezes, a forma mais eficiente de propaganda que seu dono possui. Não raro as pessoas estão indo a determinado lugar e se surpreendem ao se deparar com um "local diferente" que acabam visitando posteriormente.

Mas pra isso, precisamos SABER que aquilo é um estabelecimento comecial... E só descobrimos isso observando o letreiro.

Agora, do jeito que eles estão pequenos, quando passamos de carro acabamos não conseguindo "observar" e individualizar o tipo de negócio desenvolvido em cada estabelecimento por onde passamos. Isso, imagino, implica em uma perda tanto pro potencial consumidor, quanto pro vendedor.

Acho que a política de letreiros deveria ser um pouco mais branda...

Nana Lopes - @Nanamada said...

Presentinmho pra vc na postegem de domingo 23/03, sao todos seus, espero que goste

Renata said...

Cara, eu acho ótimo, odiava aquele monte de outdoor!
Bjocas

http://levantacreuza.zip.net