Não chega a ser “a última moda que chegou de Nova Iorque”, como diria Léo Jaime, porque existe desde os anos 80. Mas faz relativamente pouco tempo que a onda Emo começou a, literalmente, incomodar. João Gordo adora zoar EMOs em seu programa na MTV, e em 1 de junho deste ano foi “instituído”, extra-oficialmente óbvio, o “Dia de Bater em Emo” nos EUA. Mas, afinal de contas, o que diabo é um Emo, e porque ninguém gosta deles?
A princípio, Emo, que é uma abreviação do inglês “emotional hard core” (hardcore emocional). é um gênero de música. Esse rótula foi originalmente dado às bandas punk de Washington, que tocavam num estilo mais emotivo que o normal.
Emotivo, aliás, não seria o termo correto, já que os temas favoritos dessas bandas eram, basicamente, “esse mundo não me entende” e “eu vou cortar os pulsos”. Enfim, coisas típicas da adolescência, que somem junto com as espinhas. Na cultura alternativa diz-se que alguém é ou está Emo quando demonstra muita sensibilidade. Isso e meio falacioso; na verdade, basta entupir o infeliz com Fluoxetina que essa bobagem passa. Mas vamos à história.
DANDO NOME AOS BOYS
Existem várias lendas que tentam explicar a origem do termo. A mais difundida é a de que, num dos primeiros shows do Embrace ou Rites of Spring em Washington, um fã gritou "You´re emo!" (Você é emo!). Pegou.
O gênero, como música, foi originalmente explorado por bandas como Faith, Rites of Spring e Embrace, e tem suas raízes no bom e velho punk rock inglês. É possível que a maior influência do gênero seja a banda Hüsker Dü, que apesar do nome veio de Minneapolis. Seu álbum “Zen Árcade” já trazia a marca registrada das primeiras bandas Emo: música complexa com vocais intensos e estruturação introspectiva.
O próximo passo na evolução do gênero veio em 1982 e durou até 1992, com as bandas Indian Summer, Moss Icon, Policy of Three, Still Life e Navio Forge. A dinâmica calmo/gritado ("quiet/loud", em que o cantor simplesmente começa a se esgoelar no meio da música), típico de bandas como Seatia e Thursday, tiveram aí suas raízes. Essa gritaria desbragada, aliás, é o aspecto que os detratores do Emo mais usam para avacalhar o estilo. Aliás, o estilo em si já se auto-avacalhou a partir de 92, com os exageros quase circenses de bandas como Heroin, Portraits of Past e Antioch Arrow.
OMO NO EMO: ENXUGANDO O GÊNERO
Depois de muita gritaria e escalafobetismo musical, incluindo drones insuportáveis que fariam o atonalismo do finado Ligetti parecer “Ciranda-Cirandinha”, as bandas Emo resolveram baixar a bola e tocar algo mais parecido com música de verdade. Essa "desacelaração" veio com as bandas Sunny Day Real Estate e Mineral, entre outras.
E ainda hoje, o termo Emo continua ambíguo – e pejorarivo. Com o sucesso de bandas como The Get Up Kids, Jimmy Eat World e The Promise Ring na MTV (acredite, a MTV ainda toca música – tarde da noite, mas toca!), as grandes gravadoras danaram a tascar o rótulo “Emo” em tudo que fosse banda independente com som baseado em guitarras. Foi assim que o Thursday e o Taking Back Sunday entraram no mesmo saco de gatos que o Dashboard Confessionals e New Amsterdams. Mas é claro que essa diferença é imperceptível para um ouvinte comum; assim como é preciso um DJ para diferenciar os vários gêneros de dance music, só mesmo um Emo convicto consegue separar o joio do trigo.
Recentemente, a nova tendência Emo é abandonar o punk distorcido em favor de violões acústicos. Emo Unplugged. Os expoentes dessa vertente são a banda Bright Eyes, e o catálogo inteiro da gravadora Saddle Creek Records.
E não poderíamos deixar de fora a mais famosa banda Emo do mundo, o Simple Plan, seguido de perto pelo Good Charlotte e My Chemical Romance. Essas você conhece, né?
Texto de Lukas S. Martorelli, o famoso Young Vampire
[ Nota do "Lestat News": Sinceramente eu acho que já se falou demais sobre esse grupinho, mas sempre é divertido zoar um pouco com quem não tem muita noção. Hehehehhe. ]
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