Wednesday, November 8

Grupo Skinhead-Rash se Pronuncia sobre os ataques feitos por Skinhead “white power” na Noite de S.P.























Rash Por Eles Mesmos:

Frente à violência cometida contra os dois jovens atacados no "Jardins" na ultima sexta-feira 04/11 informamos a frente às informações equivocadas e distorcidas sobre o
movimento skinhead-rash, divulgadas por meios de comunicação, organizações
não-governamentais, forças policiais e agrupamentos políticos e culturais dos
mais variados, nós do RASH/SP lançamos agora esse manifesto com objetivos
bastante claros: assegurar nosso pesar pelo falecimento de um dos jovens e pelas
seqüelas deixadas ao outro; mostrar publicamente nosso repúdio a essa e a
qualquer outra ação covarde, preconceituosa e fascista cometida pelos carecas ou
qualquer outro grupo de qualquer natureza; nos diferenciar dos carecas e outros
grupos direitistas que fazem uso ilegítimo da estética e do termo skinhead; e
apresentar ao público em geral nosso posicionamento político.

Assim, afirmamos em nossas palavras e em nossa conduta individual e coletiva, os
seguintes princípios:


Somos anarquistas e comunistas. Queremos uma sociedade efetivamente justa,
igualitária e livre.

Somos contra o nazismo, o fascismo, o nacionalismo, o Estado, a desigualdade
social, a sociedade de classes, a exploração do homem pelo homem e o preconceito
em todas as suas formas, sobretudo a racial, a de gênero e a sexual.
Combateremos sempre todo e qualquer indivíduo, grupo ou instituição que defenda,
explicitamente ou não, estas posições e atitudes.

Fiéis à origem operária e multi-étnica de nosso movimento, não aceitamos como
skinheads, indivíduos ou grupos que defendam quaisquer dos posicionamentos
citados no item anterior.

Somos skinheads. Não somos carecas nem white powers (inglês para "poder branco",
também chamados de WP, ou seja, indivíduos racistas e/ou nazistas que defendem a
superioridade dos brancos sobre outras etnias). Carecas e white powers não são
skinheads, ainda que se afirmem como tal.

O RASH, sigla em inglês para Red and Anarchist Skinheads (Skinheads Anarquistas
e Comunistas), não é uma gangue, mas uma organização internacional que procura
retomar essa mesma origem trabalhadora e multirracial do movimento skinhead, bem
como difundir em meio a ele a cultura combativa do anarquismo e do comunismo.

Enquanto grupo, somos autônomos e não nos filiamos nem seguimos as diretrizes ou
programa de qualquer partido ou agremiação política. No entanto, os membros do
RASH, individualmente, podem fazer parte de associações desse tipo, desde que
estas, efetivamente, não sejam contrárias aos princípios do anarquismo e do
comunismo.

Mantendo sempre nossa autonomia, queremos estabelecer contatos, organizar
eventos e lutas conjuntas com outros grupos com os quais temos afinidades no que
se refere ao combate ao preconceito, ao nazismo, ao fascismo e àquelas outras
posições políticas as quais desprezamos.

Sabemos que ao leigo, a tarefa de diferenciar um skinhead RASH de um careca ou
white power/WP seria bastante difícil, já que, regra geral, estes três grupos
apresentam uma estética semelhante: cabelos raspados, botinas, jeans e
suspensórios. Assim, aconselhamos a todos que prestem atenção aos seguintes
aspectos: os skinheads anarquistas e comunistas membros do RASH carregam sempre,
em suas roupas, símbolos, broches ou insígnias que remetem ao anarquismo e ao
comunismo (como a foice e o martelo cruzados, símbolo do comunismo, ou ao "A"
desenhado dentro de um círculo, símbolo do anarquismo), à integração e
diversidade étnica e a estilos musicais como o ska, o reggae e o soul. Carregam
também brasões que explicitamente mostram o termo RASH e palavras de ordem
contra o preconceito, o nazismo, o capitalismo, o nacionalismo, etc. Já os
carecas e white powers/WP costumam levar insígnias, broches, camisetas e demais
adereços com temas nacionalistas, homofóbicos ou mesmo racistas (bandeiras do
Brasil ou de seu estado, suásticas, lemas anti-judaicos, frases contra
imigrantes ou migrantes, etc.). Estejam atentos e não crucifiquem todos os
skinheads pela estupidez de alguns poucos que nem mesmo são skinheads de fato.

Por fim, denunciamos aqueles que, por falta de informação ou de caráter, sempre
disseminaram e que continuarão disseminando a mentira de que todos os skinheads
são fascistas, nazistas, racistas, machistas e homofóbicos. Isso não é verdade.
Somos anarquistas. Somos comunistas. Somos a prova viva do caráter calunioso
desse tipo de afirmação.

1. O que é o movimento skinhead?

Mais do que um movimento político, o skinhead é um movimento cultural fortemente
baseado no estilo de vida e em valores tradicionais da classe trabalhadora, como
a solidariedade classista, o apego ao futebol e à atmosfera dos bares, botecos e
pubs. A essa cultura operária, misturam-se elementos da cultura negra, como o
gosto musical pelo soul, pelo ska e pelo reggae. Sendo um movimento basicamente,
mas não exclusivamente, juvenil, muitos skinhead também apreciam o punk rock,
principalmente a chamada Oi! music (versão do punk rock mais cadenciada, mais
“rueira”, com coros fortes e melodias simples, no estilo “unidos, venceremos”,
como se fossem versões em punk rock de hinos de torcida de futebol). A maneira
de se vestir skinhead também retoma o estilo clássico operário: botinas,
suspensórios, boinas, jeans e cabelo curto.


2. O movimento skinhead é racista?

Não. O movimento skinhead é multi-racial (melhor seria dizer multi-étnico, já
que nem a Biologia, nem a Antropologia aceitam mais a divisão da humanidade em
raças, mas apenas em etnias). Hoje, existem skinheads brancos, negros,
latino-americanos, judeus, orientais, árabes etc. Esse caráter de fusão racial
(ou étnica) vem desde as origens do movimento, na década de 1960, na Inglaterra,
sendo então resultado inicial da mistura entre a cultura juvenil operária branca
e a cultura juvenil negra inglesa desse período.


3. Por que se ouve tanto falar do movimento skinhead como um movimento racista?

Porque nas décadas de 1970 e 1980, parte dos skinheads europeus abandonaram as
origens multi-raciais do movimento e começaram a defender idéias racistas, além
de se envolverem com partidos políticos que defendiam o nacionalismo extremado,
o racismo e até o nazismo. Nesse período, o desemprego era alto e os partidos
racistas, nacionalistas e nazistas culpavam os estrangeiros, alegando que eles
“roubavam os empregos dos verdadeiros europeus”. Na verdade, o desemprego foi
causado pelas reformas implantadas pelos governos direitistas europeus. Os
imigrantes não tinham culpa alguma e também sofreram com a crise. Eles apenas
foram usados como bodes-espiatórios. Uma parte dos skinheads, por medo do
desemprego e por incapacidade política ou intelectual, aceitou a mentira dos
partidos racistas, nacionalistas extremados e nazistas, tornando-se também
racistas, nacionalistas extremados e nazistas.


4. Se nem todo skinhead é nazista, quantos tipos de skinhead existem?

Basicamente, existem 4 tipos de skinhead: os “tradicionais”, os “boneheads”, os
“sharp” e os “rash”.


5. O que são os skinheads “tradicionais”?

Também chamados de “trads”, os skinheads “tradicionais” são aqueles que procuram
se manter completamente fiéis às origens do movimento como ele era na Inglaterra
das décadas de 1960 e 1970. Assim, além do gosto pela música negra, pelo punk
rock e pelo visual clássico (botinas, suspensórios, jeans e cabelos curtos), os
“trads” são contra o racismo. Muitos não toleram os “boneheads”, mas outros têm
uma postura de neutralidade em relação a eles. Os “tradicionais” definem-se como
apolíticos, ou seja, defendem a idéia de que o movimento skinhead não deve se
deixar envolver nem pela direita, nem pela esquerda. Outros “trads” afirmam que
cada skinhead pode adotar o posicionamento político que quiser, desde que “não o
traga para dentro do movimento”.


6. O que são os skinheads “boneheads”?

Também chamados de “WPs” ou “white power” (poder branco), os “boneheads” são
desprezados e odiados pela maioria dos “trads”, pelos “sharp” e pelos “rash”.
Defendem o ódio contra os GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), o
nacionalismo extremado ou mesmo o racismo, o fascismo e o nazismo. Segundo nossa
maneira de ver, os “boneheads” se distanciam negativamente das origens do
movimento e, portanto, não podem nem mesmo ser considerados skinheads, mesmo que
se afirmem como tais.




7. O que são os skinheads “sharp”?

SHARP vem do inglês “SkinHeads Against the Racial Prejudice”, ou “SkinHeads
contra o Preconceito Racial”. Também chamados de “trojan skins”, os “sharp”
formam uma corrente do movimento que originalmente saiu dos “trads”. Os
primeiros “sharp” acreditavam que frente à existência dos “boneheads” e frente à
imagem popular (e equivocada) de que todo skinhead é racista ou nazista, era
necessário que os “trads” abandonassem sua postura apolítica ou de neutralidade,
assumindo um caráter explicitamente anti-racista e anti-nazista. Hoje, os
“sharp” já são um grupo distinto dos “trads”. Defendem a luta organizada contra
o racismo, contra o fascismo e contra o nazismo e a necessidade de destruir a
imagem errônea que se faz de todos os skinheads como um movimento racista ou
nazista.


8. O que são os skinheads “rash”?

RASH vem do inglês “Red and Anarchist SkinHeads”, ou “SkinHeads Comunistas e
Anarquistas”. Os “rash” defendem a mesma postura dos “sharp” e vão além, pois
acreditam que as lutas contra o racismo, contra o fascismo e contra o nazismo
devem fazer parte de uma luta maior contra o próprio capitalismo. Assim, os
“rash” combatem o racismo, o fascismo e o nazismo e defendem explicitamente o
anarquismo e o comunismo. Também fazem parte da postura do RASH: a luta contra o
machismo, o sexismo e contra o preconceito em relação aos gays, lésbicas e
afins.



Para saber mais informações sobre o Rash no Brasil escreva para:
contatorashsp@yahoo.com.br



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