Declaração recente do prefeito de Berlim de que não enviaria seus filhos a uma escola do bairro de Kreuzberg reacendeu o debate sobre problemas de integração e falta de perspectiva para filhos de imigrantes.
Uma pesquisa publicada pelo jornal Berliner Zeitung nesta quarta-feira (27/12) pôs mais lenha na fogueira do debate sobre a integração cultural e suas consequências para a qualidade do ensino. Segundo o levantamento do instituto Forsa, cerca de dois terços da população da capital alemã não matricularia seus filhos em escolas do bairro berlinense de Kreuzberg.
A tendência foi comprovada tanto na antiga Berlim Ocidental (62%) quanto na ex-Berlim Oriental (63%), o que sugere que o estigma de "bairro problemático" tenha sido absorvido também nos novos distritos. Entre os motivos citados pelos 1001 berlinenses entrevistados, estão o alto grau de violência nas escolas do bairro (80%), o grande percentual de alunos de ascendência estrangeira (76%) e problemas lingüísticos (73%).
Prefeito inaugurou polêmica
A polêmica embutida na pesquisa teve origem no começo de dezembro, quando o prefeito da cidade, o social-democrata Klaus Wowereit, fez uma declaração semelhante a um canal de televisão. "Posso entender qualquer um que diga que não mandaria seus filhos a uma escola de Kreuzberg. É natural que eles queiram o melhor para eles."
A oposição reagiu enfurecida e acabou abrindo espaço para um debate nacional. O líder da bancada democrata-cristã (CDU), Friedbert Pflüger, caracterizou a afirmação de Wowereit como "uma declaração de falência da política educacional e de integração" da coalizão de governo. Para a presidente do Sindicato dos Pedagogos, Rose-Marie Seggelke, "palavras impertinentes não melhoram a situação".
Mas tanto a declaração do prefeito quanto o resultado da pesquisa refletem a desconfiança e o mal-estar da população em relação a um bairro que, se por uns é visto tradicionalmente como problemático, para outros é um exemplo de sucesso da integração das culturas em uma sociedade pluriétnica.
Ao mesmo tempo em que permaneceu sinônimo de punks e ativistas de esquerda, de imigrantes turcos e violentos protestos no Dia do Trabalho, o bairro vem sendo revalorizado desde a queda do Muro de Berlim – que o tornava um enclave no centro da cidade – devido à sua posição central e à variedade que representa.
Estatísticas comprovam tendência
Kreuzberg serve, afinal, de bandeira para um problema muito mais amplo. No último ano letivo, Berlim registrou 1.573 casos de violência em escolas – um índice 75% maior que o do ano anterior e seis vezes superior ao de cinco anos atrás. Segundo o secretário da Educação, Jürgen Zöllner, o aumento mais significativo foi o de incidentes envolvendo agressão física contra professores.
A falta de perspectiva de jovens em sua maioria de origem estrangeira veio mais uma vez à tona em Kreuzberg recentemente, quando cerca de 100 jovens entraram em confronto com a polícia em protesto contra a prisão de dois adolescentes de doze anos de idade, ambos de ascendência turca, que haviam tentado roubar um tocador de MP3. Os quatro policias tiveram que pedir reforço e o incidente acabou tomando proporções maiores.
Kreuzberg não é Paris
A mídia alemã reconheceu aí uma boa oportunidade para reacender o debate sobre a integração e o choque cultural. "Estariam bem no centro de Berlim as zonas de forte potencial de guerra civil?", perguntou o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), tomando como comparação os banlieues franceses.
O jornal menciona como exemplo a escola Eberhard-Klein-Oberschule, onde recentemente um aluno foi ferido a facadas por um grupo de jovens mascarados. Há dois anos, ela já foi destaque na mídia quando o último "restdeutscher", como são chamados alunos cujos pais não são imigrantes, deixou a escola.
No cenário pintado pelo jornal, alunos posam como rapeiros, cobram para dar entrevistas e citam "chefe da máfia" ou "diretor de filmes pornográficos" como profissão dos sonhos. Nas ruas, gangues de jovens agressivos e "bilíngües pela metade" – ou seja, que não falam corretamente nem turco nem alemão – dão o tom.
"Políticos não ajudam, diz o líder da comunidade turca. A sociedade rejeita aos imigrantes a sensação de pátria, diz uma assistente social. A indústria não oferece vagas para formação profissional, reclama um vendedor de legumes", relata o FAZ.
Para o semanário Die Zeit, "o prefeito tem razão", já que "a situação escolar, mas também social e cultural de determinadas vizinhanças diverge da média da capital. Uma vez que as escolas refletem o que acontece à sua volta, é preciso antes de mais nada quebrar a espiral da falta de perspectiva profissional."
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Quando menino e adolescente morava no Brazil.Ávida era boa e tranqüila, estudei em bons colégios da cidade do RJ e SP.Como meu pai sempre me dizia que quando eu ingressasse para universidade teria que ser na Georg August, porque elle confiava na instituição educacional.Hoje estou cursando a universidadeÉ, estranho ver a realidade de perto, esta dentro dela.Como estrangeiro italiano, com cidadania por ter mãe e avós alemães, e uma estabilidade financeira, não sofro as retaliações, impingida aos imigrantes ou filhos dos mesmos., aqui dentro da universidade é muito visíveis o preconceito e a discriminação.Gerando um tipo de ódio branco, como se fosse uma bomba pronta para explodir, a qualquer momento.Meus melhores amigos aqui são seis Pakistaneses, quatro ingleses, 3indiano.É lógico que conheço varios alemães, mas, definir como amigos apenas estes mesmo.Sabe mesmo tendo nascido na Itália, sou mesmo é do Planeta terra, não consigo ver fronteiras, so enxergo pessoas.E fronteiras geográficas só me servem mesmoÉ para demarcar território e saber a onde eu estou.Agora neste momento, eu me pergunto.
Para onde direcionar minha filha de 11 meses quando chegar a hora?
Querem saber a minha resposta sincera
Realmente eu não sei
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By: Young Vampire Luke
LESTAT NEWS
1 comment:
Cara, adorei seu blog. Diferente, e interessante, muito bom.
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